1. |
Podridão. Escuridão
05:38
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Sonho o meu infortúnio
Porque a dor me engole inteiro
É uma das poucas coisas que posso ver
Cresce dentro de mim
Consome o meu âmago
Como uma doença
Descontrolada
Perdi o controle
a vida não é minha para segurar
Um dia todos morreremos
Os dedos da morte alcançam
e ninguém se pode esconder
Eu me agarro ao infortúnio
porque em minha mente: escuridão
O mundo nunca foi fácil
Mas morrer sim
A vida é bem mais difícil
A inocência se foi
Para sempre sabendo disso
O amanhecer se foi
E eu fui embora com ele
Já não fingimos estar vivos
Mesmo no suicidio
Sei que morto já estou
Dentro de mim escuridão
Solidão
Podridão
Escuridão
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2. |
Não Houve Amanhecer
11:27
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E a morte ganhou o seu domínio.
Eu homem morto, nu, com a morte serei um
Quando meus ossos retirados e limpos
Com o tempo desaparecem,
E a morte ganhou o seu domínio.
E a morte ganhou o seu domínio.
A morte terá estrelas nos ombros e nos pés;
Embora o homem enlouqueça, a morte é sã,
E afundando no mar, não mais se levantará;
E a morte ganhou o seu domínio.
Sob os meandros do mar
Mesmo desmentindo a morte, morrerei ao vento;
Torcendo-me no chão quando os tendões cedem,
Preso a uma roda eterna, que não se quebra;
A fé em suas mãos se partirá,
E os males prevalecerão;
E a morte ganhou o seu domínio.
Não mais podem os sonhadores chorar em seus ouvidos.
Onde uma flor cresceu, nenhuma mais nascerá
A fé em suas mãos se partirá,
E os males prevalecerão;
Levanto a cabeça aos golpes da chuva;
Embora esteja louco e morto,
As noites permanecem eternas,
não houve amanhecer
não houve amanhecer
O Sol se pôs, para sempre
E a morte ganhou o seu domínio.
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3. |
O Século da Morte
09:14
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Em nossos lábios,
em nossos pulmões há poeira
E quando pensamos que estamos voando
cada vez mais alto
A poeira nos persegue ,
ociosos ou esquecidos
Não nos limpamos antes de cada partida.
Tão sem teto quanto no início,
No século da morte
Nossas casas desabam antes de concluídas,
sem mil anos para aguentar nossa raiva,
E culpamos o infortúnio
Enquanto destruímos as fundações da Terra.
Tão sedentos quanto no início,
No século da morte
Com nossos lábios secos e enrugados com bolhas
Nós secamos as fontes de vida uma por uma,
Implantando em seu lugar
Fontes de sangue, fontes de fome.
Tão ignorantes quanto no início,
No século da morte
Como vírus em toda parte
Não seremos em lugar nenhum,
No século da morte
O peito doi, a pestilência abunda
O sol encobre, o gelo derrete
E afundamos na riqueza de alguns
As fundações de todos
No século da morte
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4. |
Peste, Abençoada Peste
12:00
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Nós assombramos as florestas e prados.
O mal nos homens,
Persiste nos recantos ....
da floresta que habitamos
da cidade que definhamos,
e que suspiram em uníssono:
"Amaldiçoado sejas. Que a peste te abençoe!".
Todos os livros em vão.
Todas as orações não estão lá.
Infetado por dentro!
Um estigma,
o plano está completo.
E eu durmo no herdar das
almas perdidas,
Cujas orações não salvarão.
Devias gritar de dentro e por dentro.
Assombrado sejas, quem me amaldiçoou!
E eles purgaram seus anjos.
E convocam seus demônios.
O nosso exorcismo falhou.
Abençoada Peste!
Ramos danificados, no jardim da miséria dobram essas máscaras de sussurro mecânico; quem vai lá?
Feridas de cemitério enquanto cadáveres de madeira verde florescem uma gárgula sob esta tumba, e flutua com o Ceifador.
O jardim queima no despertar do vidro rompido, montra gigante na morte da sociedade que estranha
Enquanto a Peste se entranha.
Espinhos dançantes com cérebros translúcidos na floresta que ri,
O adeus ao jardim nas chamas da certeza de um fim.
Mais cadáveres choram noite adentro, num pranto de anormalidades mórbidas;
O final em seu trono alto, dançando com uma vara enquanto se prepara para a dissecação do homem.
Abençoada Peste!
Cadáveres de prata em tom sépia,
exposições de bebês em túmulos de berço
escondidos sob o manto
em úteros de permafrost
Quando a primeira respiração está tão perto da última,
E a lua nasce cheia, depois vira azul em tom jocoso
A epidemia cavou milhões de buracos,
Cujos números invisíveis incluem o teu.
Afastem-me deste mal-estar húmido,
Levem-me aos campos de jasmim onde flores silvestres se espalhavam.
Cheio de amanheceres de orvalho fresco
Pleno de misericórdias matutinas.
No fim
Abençoada Peste!
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